sábado, abril 03, 2010

Bélgica (1)

Atento o clima da Bélgica, percebe-se melhor o fascínio de René Magritte pelos céus azuis com nuvens breves, de tom quase "naif", que aparecem em muitos dos seus quadros.

Magritte tem, desde há meses, um magnífico museu em Bruxelas. Não estão lá algumas das suas obras-primas, mas o espaço, para além da apreciável coleção reunida, é um repositório interessantíssimo da biografia do pintor, trabalhada em paralelo com a sua "ínclita geração" surrealista.

8 comentários:

Anónimo disse...

Recordar Magritte é sempre um prazer, sobretudo para quem aprecia a sua pintura. E achei graça o ter evitado a colocação no Post da sua, talvez, mais conhecida, ou divulgada, obra, “The Son of Man” (“utilizada” num momento do filme “the Thomas Crown Affair”, refiro-me à “reprise”). E entre ele e Dali, prefiro o grande artista belga. Naturalmente, gostos não se discutem. Pena que o seu vasto repositório se encontre um pouco espalhado por esse mundo. Bem gostaria de poder aproveitar esta sugestão de FSC para dar um pulo até Bruxelas. Quem sabe se ainda o farei.
P.Rufino

Helena Sacadura Cabral disse...

Ai meu caro P. Rufino só o amor à arte e o amor de mãe é que me levam a Bruxelas. Ou o gosto de comer bem em que aquela terra é imbatível...
E, a partir de Outubro, será o amor de avó que, também me lá levará.Felizmente que sempre com retorno por Paris, para compensar!

Helena Oneto disse...

Magritte e chocolates belgas! que sorte!
Devo ir a Bruxelas este verão e conhecer, enfim, o famoso museu. Em Maio de 2003 vi a exposition "Magritte de l’autre côté du miroir". Gostei imenso! Transcrevo un extrato do artigo de Dominique Widemann publicado na revista « Cultures »

« La Galerie du jeu de paume à Paris offre une superbe rétrospective de René Magritte. Plus de cent peintures, des sculptures, collages et photos permettent d’appréhender l’univers d’un peintre énigmatique, dont on a parfois perdu de vue les glissements de sens, l’humour et la poésie sous le flot d’images reproduites. L’exposition montre l’évolution et la créativité de la peinture de Magritte, la manière dont elle résonne dans l’art contemporain.
" Je ne suis pas un peintre. Je suis un homme qui pense ", déclare Magritte en 1966, peu de temps avant sa mort, l’année suivante. Ceci n’est pas de la peinture, donc, pourrions-nous dire, portés par cette absurdité logique devant la rétrospective du Jeu de paume. À condition de prendre Magritte aux mots, alors que l’obsédait si visiblement l’énigme que cèle le visible. Pas un secret, pas un au-delà du monde, mais le monde dans toutes ses réalités, ses mystères par essence insondables. Pas un monde qui aurait déjà existé ou serait en train de se dérouler parallèlement au nôtre, mais un monde dont la seule probabilité serait alors d’advenir.
…… Magritte voulait, disait-il, susciter chez le spectateur " le sentiment du mystère ". Selon lui " le mystère n’est pas une des possibilités du réel, le mystère est ce qui est nécessaire pour qu’il y ait du réel ". Quelque part aux antipodes de la décoration.»
O artigo pode ser lido aqui :
http://www.humanite.fr/popup_imprimer.html?id_article=309526

Anónimo disse...

Fascinante...
As grandes essências escondem-se /guardam-se em frascos pequenos...
As grandes paisagens"Humanas" em olhares de pensamentos Amenos...
Isabel Seixas

Alcipe disse...

Eu, mais infantil, o que quero ver em Bruxelas é o Museu Tintin...

Como na história daquele senhor português que dizia "Paris?! Ah, sim, aquela cidade no caminho da Eurodisney..."

Julia Macias-Valet disse...

Caro Alcipe,
Olhe que a pintura de Magritte também pode ser vista com um olhar infantil.
A minha filha Clara (5 anos desde ha alguns dias) trabalhou no primeiro periodo deste ano lectivo sobre o livro "Marcel le Reveur" de Anthony Browne.
Dê uma espreitadela aqui :
http://www.ec-braque-montigny.ac-versailles.fr/plugins/fckeditor/userfiles/file/art_litt_infor/tableau_fini.pdf

A escola maternelle que a Clara frequenta (em Paris) desenvolve um projecto de aprendissagem através da arte. Para a Clara os nomes de Magritte, Dali ou Kadinsky sao tao conhecidos como a Barbie, o Mickey ou a Hello Kitty.

Ela ainda nao conhece o Tintim (porque ainda nao sabe ler) mas tenho a certeza que o irmao Raphaël (14 anos) tera o maior prazer em lhe passar a colecçao tal como a empresta à Inês (9 anos).

A arte e os museus nao têm idade ; )
Quando era pequena (e bastante irrequieta) e o frio apertava em Madrid era impossivel andar de baloiço no Retiro. Entao a minha avo paterna tinha por habito levar-me a passear ao Museu do Prado (ela achava que a grandiosidade das salas e das telas me acalmavam),
Guardo ainda hoje o gosto de passear nas salas silenciosas dos museus e das exposiçoes.

Julia Macias-Valet disse...

Caro Alcipe, tente novamente :

http://www.ec-braque-montigny.ac-versailles.fr/plugins/fckeditor/userfiles
/file/art_litt_infor/tableau_fini.pdf

Helena Sacadura Cabral disse...

Júlia, ao lê-la lembrou-me uma época em que meu Pai decidiu fazer de mim uma adolescente culta, para me preparar para o casamento que já tinha em mente. O meu querido Pai que já ia nos quarenta e tais quando nasci, não me queria na Faculdade. Antes me via casada com pessoa por ele escolhida.
Assim, fez-me uma verdadeira "rota dos museus" e graças a ele, eu fiquei particularmente sensível a esse silêncio audível, maravilhoso, que neles paira.
Adoro museus e passear por eles.

Recado da mãe

O tornado há horas avistado no Tejo terá sido a primeira reação da mãe natureza quando soube que vai ter por cá um negacionista climático co...