sexta-feira, junho 28, 2013

Porto 2

Era precisamente meia-noite de ontem quando encerrei o debate na Fundação de Serralves. Mas nem eu nem as dezenas de pessoas que assistiram às excelentes conferências feitas pelo embaixador Rubens Ricupero e pelo professor Marcio Pochmann deram por perdido o seu tempo. O modo atento como as seguiram e as reações suscitadas foram uma boa prova disso mesmo. 

O papel e estatuto futuro dos países emergentes na ordem económica e de governança global esteve no centro das prestações de ambos os oradores, que se interrogaram sobre a diversidade desses atores, sobre as suas singularidades e desafios especificos e, muito em especial, sobre o peso que os seus diferentes modelos poderão vir a ter numa nova ordem internacional futura. Sem colocarem em questão a expectável preeminência da China (e da Ásia, em geral) nesse contexto, ambos os oradores refletiram, embora com tonalidades diversas, sobre o papel central que cabe aos Estados Unidos no processo global. As questões energéticas e ambientais estiveram também em foco, tendo o caso brasileiro, sem surpresas, merecido uma atenção particular, atentas as novas realidades que afetam o curso recente do seu desenvolvimento. 

Como moderador, provoquei os oradores sobre a ausência da Europa nas suas considerações. E foi curioso vê-los a concordarem, no essencial, com a imagem de hesitação que o processo integrador do continente hoje projeta pelo mundo. Rubens Ricupero, com a autoridade de quem foi embaixador em Itália e em Genebra, mas, muito em especial, como antigo diretor-geral da UNCTAD, fez um balanço muito crítico sobre as lideranças recentes na União Europeia, com uma agudeza e frontalidade que, nós próprios, europeus, raramente somos capazes de assumir.

5 comentários:

Anónimo disse...

Sem ser referido ao assunto do seu post,escrevo o que li num comentário de outro blog:


"Uma das muitas riquezas existentes na Plataforma Continental Portuguesa é gás de Xisto. Em vez de concentrar todas as energias no reconhecimento da plataforma continental Portuguesa pela ONU, como sendo Portuguesa e não como sendo da UE, como pretendem os Alemães, Franceses, Holandeses e o resto da UE.

Se o "MNE (actual)" fosse um Ministro Competente em vez de andar armado em exterminador de Funcionários Públicos, Pensionistas, Reformados, Agricultores e Portugueses em geral concentrava-se no reconhecimento pela ONU da Plataforma Continental Portuguesa.

O reconhecimento pela ONU da PLataforma Continental Portuguesa chegou a estar agendado para 2013. Agora, após pressões da UE a ONU já adiou o reconhecimento para 2015. A UE quer roubar Portugal.

Não quer que a ONU recionheça a Plataforma Continental como sendo Portuguesa, para a UE poder ficar com a Plataforma Continental Portuguesa.

A UE está a tentar criar uma política marítima comum de modo a que quando a ONU reconhecer a Plataforma Continental Portuguesa o faça como sendo Plataforma Continental da UE.
Isso seria um roubo descarado e significaria que se Portugal um dia decidisse sair da UE perderia toda a riqueza da Plataforma Continental Portuguesa.

Outros países da UE já têm as suas Plataformas Continentais reconhecidas pela ONU como sendo desses países e não da UE. Só em Portugal é que este Governo de incompetentes vai deixar que a UE roube a Plataforma Continental Portuguesa.

A Plaraforma COntinental Portuguesa tem uma área equivalente a cerca de 40 vezes o território de Portugal. É uma riqueza incomensurável."

Não necessito de resposta, mas é apenas um alerta á sua acção sobre o assunto.

Alexandre

Anónimo disse...

Concordo inteiramente com a ideia de que, nunca tendo sabido, ou podido. defender a Pátria "sobre a terra " ao menos que se defenda " sobre - e sob - o mar". Nào temos, nem nunca mais teremos, maior riqueza do que o nosso Oceano. Devemos aproveitá-la bem, em nosso benefício e no da Humanidade em geral. João Pedro Garcia

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro Alexandre: não me parece que Portugal esteja desatento ao assunto. Mas não conheço, em pormenor, o que tem ou não sido feito para proteger esse nosso importante interesse.

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro João Pedro: o mar é o nosso destino histórico. De uma fase em que andámos sobre as águas à procura do nosso lugar no mundo, resta-nos agora explorar as águas profundas (por isso já tivémos ministros com essa especialidade). Será porque o país atravessa um tempo em que anda "debaixo de água", como antigamente se dizia para tempos menos bons?

Anónimo disse...

Tem razão Francisco! O mar é o nosso destino histórico ou, melhor, SERÁ sempre o nosso destino histórico, porque raramente tratámos ou, melhor, tratamos dele no presente. Por outro lado, acho que se anda mais a "meter água" do que "debaixo de água", sobretudo com o tempo que está. Qualquer dia, com tanta água metida não sobrará oceano para nós...Seria também bom que os nossos submarinos pudessem andar por "águas profundas", a defender os nossos interesses, em vez de só serem notícia por razões menos valorosas. De qualquer forma, agrdeço a Alexandre ter levantado esta questão dos oceanos que é mesmo vital para Portugal. JPG

Fora da História

Seria melhor um governo constituído por alguns nomes que foram aventados nos últimos dias mas que, afinal, acabaram por não integrar as esco...