quinta-feira, agosto 23, 2012

O francês

Vasco Graça Moura publicou ontem no "Diário de Notícias" um interessante artigo em que dá conta do declínio de importância da língua francesa em Portugal, sublinhando a sua contribuição para a nossa cultura e para a nossa abertura ao mundo. 

E, a propósito, lembrou um curioso soneto do Abade de Jazente (sec XVIII):
 
"Portugal, que era rústico algum dia,
Incivil, trapalhão, mal amanhado,
Está graças à França tão mudado,
Que o mesmo já não é do que soía.
A língua, o traje, o trapo, a grossaria
Dos antigos costumes tem deixado:
É todo doce, é todo concertado;
E parece outro sua Senhoria".

Leia o artigo aqui.

10 comentários:

Anónimo disse...

Pois é....Do século XVII até 1919 a élite europeia tinha uma língua franca que era o francês.Os efeitos da revolução russa esmagaram essa élite. A tecnologia hoje é em inglês ou melhor em americano. Há ainda alguns cultores de lingua francesas mas fora de França podem ser considerados uns antigos ou mesmo reacionários. O progresso é em inglês e... e depois de 1917 o que interessa é o progresso seja ele a que preço for. Mas... eu não sei.

Anónimo disse...

O francês perdeu terreno e importância, e a França também já não é o que era.

Sinal dos tempos e há que saber evoluir.

Carlos Fonseca disse...

Quando frequentei o liceu (foi há muitos anos, mas ainda me lembro) o Francês era uma disciplina que "dávamos" a partir do 1º ano, enquanto o Inglês só "aparecia" no 3º.

Quando na década de 1960, comecei a acumular trabalho e estudo, as cartas que enviávamos para os vários países da Europa - à excepção da Grã-Bretanha e Irlanda - onde a empresa tinha interesses, eram redigidas em Francês.

Quando regressei do serviço militar (que cumpri durante quatro anos e meio), no final da década, já a tendência se estava a alterar e grande parte da correspondência era redigida em Inglês.

Tanto quanto sei - já deixei a vida activa - as coisas não se alteraram, antes pelo contrário.

Helena Sacadura Cabral disse...

Hoje é tudo em inglês. Dos livros técnicos às novas máquinas.
Neste estranho mudo em que vivemos não há crescimento paralelo.
Tem sempre que definhar um, para outro aparecer...
É pena. Ambas as culturas - francófonas e anglo saxónicas - são importantes.

Helena Sacadura Cabral disse...

Esqueci falar da foto. Foi assim que a conheci e que a frequentei.

Anónimo disse...

Francês? Mas é o que ouço frequentemente sempre que, por estes dias, entro numa superfície comercial. Reparo, entretanto, que a educação é algo ausente. Será que haverá "cultura"?...
Não parece que estes atributos (em queda abrupta) dependam da língua falada.

Helena Oneto disse...

"Portugal que era rústico algum dia, Incivil, trapalhão, mal amanhado.... É todo doce, é todo concertado;..."

Se o Abade de Jazende voltasse a Portugal, nos dias de hoje, benzia-se três vezes!!!

Anónimo disse...

Post curto mas no qual o novo Acordo Ortográfico nada muda. O que não se poderá dizer do poema do Abade, que estou certo tinha nalgumas palavras grafia diferente.

Anónimo disse...

O Francês deve continuar sendo uma língua importantíssima para o nosso país. Só assim se justifica que o Estado Português continue a pagar do seu bolso o ensino do idioma aos nossos miúdos, ao mesmo tempo que despede professores de Português no estrangeiro e se borrifa para o ensino da nossa própria língua...

Anónimo disse...

Pois eu limito-me a comentar a escolha da fotografia. Essa sim, continua a ser uma casa lindissima, onde apetece sempre entrar e se possível...comprar qq coisa.
Um Comissário Europeu, de visita a Portugal, quando lhe perguntei o que gostaria de fazer numa meia hora livre, respondeu-me "quero ir ao Paris em Lisboa comprar uma toalha de linho". E lá fomos e comprou uma toalha lindissima. Tinha comprado uma outra ha alguns anos, quando esteve de férias em Lisboa...
Margarida Marques

Maduro e a democracia

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